terça-feira, 27 de outubro de 2015

10 FILMES DE MACHO, SEGUNDA PARTE.

Voltamos com a segunda parte da postagem que "sacudiu os pilares do Paraíso!"

Se você quiser conhecer os parâmetros usados na escolha dos filmes, consulte o cabeçalho da primeira parte. Está logo abaixo.

Agora sem mais delongas, os cinco filmes restantes:





06 - McQuade o Lobo Solitário, 1983.

Direção: Steve Carver.
Ator principal: Chuck Norris.
O verdadeiro primeiro filme da carreira do ícone, do mestre, do deus da destruição (putz) Chuck Norris.

Claro, Norris até aquela época já havia protagonizado outros filmes como Força Destruidora (1979) e Octagon (1980), além de ter apanhado de Bruce Lee no clássico O Voo do Dragão (1972). Mas é a partir deste filme que começa a se formar o “mito” Chuck Norris.

J.J. McQuade (Norris) é um ranger texano, daqueles que não levam desaforos para casa, não respeitam a hierarquia e espancam metade de um bar porque um bêbado disse uma gracinha para sua acompanhante. Mas ele possui um lado doce, que demonstra apenas a sua ex-mulher e filha que, obviamente será sequestrada pelos capangas do vilão até a metade do filme (isso é algo que se repetirá muito nesta lista).

O antagonista em questão é Rawley Wilkes (David Carradine de Kung Fu e Kill Bill), traficante de armas que usa sua fama como campeão de artes marciais para encobrir suas atividades ilícitas. Não demora até que os dois entrem em conflito após a filha de McQuade e seu namorado presenciarem uma execução perpetrada pelos homens de Wilkes (casais namorando no carro ou morrem ou presenciam um crime), para piorar a namorada do vilão começar a flertar com o ranger, o que só pode resultar em encrenca da grossa.

Depois de todos os tiroteios, mortes em ambos os lados e caras de mau, chega o confronto final que, a meu ver, é um pouco decepcionante. Não me levem a mal, a luta é boa mas o filme cria uma expectativa tão grande para o embate que quando ele chega, decepciona um pouco (lembrando que é apenas minha opinião). Talvez pelo fato de a luta ser muito realista, os dois simplesmente se socam, estapeiam e chutam sem muita pirotecnia ou efeitos. Talvez por eu tê-lo visto após outros incontáveis filmes de artes marciais, acabei por compará-lo a produções mais modernas. Mas isso não tira o charme do filme.

Uma cena que me chama a atenção até hoje, logo no início, onde acontece uma cerimônia ao ar livre com outros rangers e McQuade chega atrasado e todo sujo, dando a entender que somente ele trabalha naquele lugar. Afinal TODOS os outros estão impecavelmente limpos e asseados. Se não fosse pela insígnia no peito ele passaria por mendigo.

Tirando os prós e contras, esse é um filme que vale a pena ser assistido. Nem que seja para entender onde começou a lenda Chuck Norris (que protagonizaria Braddock um ano depois), e porque até hoje ele é chamado de O Lobo Solitário.




07 - Comando Para Matar, 1985.

Direção: Mark L. Lester.
Ator principal: Arnold Schwarzenegger.
Em Outubro 2015 esta obra-prima do gênero exército de um homem só completou trinta anos.

Arnold interpreta John Matrix, um militar especializado em operações “black ops” (isso se repetirá em uma próxima postagem), que após inúmeras missões estava curtindo sua, por assim dizer, aposentadoria em companhia da filha - Alyssa Milano em início de carreira -, em sua cabana nas montanhas.

Claro que essa vida mansa não duraria para sempre, e um a um os homens da antiga equipe de Matrix começam a ser mortos. Não tarda até eles encontrarem o refúgio do herói e, surpresa, sequestrarem sua filha para obriga-lo a assassinar um presidente de um país da América Central, o que fará com que o ditador anteriormente deposto com sua ajuda volte ao poder.

Claro, Arnold tem um plano para escapar do avião em plena decolagem, conseguir mais armamento do que é humanamente possível carregar, chegar escondido ao local onde sua filha é feita refém e... Matar todo mundo ao atacado sem ao menos mirar.

Com certeza este é um dos melhores filmes de Arnold - ao lado de Conan e O Predador. Um enredo simples, pontuado com muitas fases de efeito (Eu como boinas-verdes no café da manhã. Hei Sonny, lembra-se quando falei que ia te matar por último...), explosões, tiroteios a rodo e personagens carismáticos. Até mesmo Bennett, o ex-parceiro convertido em traidor tem seu charme. O cara faz cospobre de Freddie Mercury, cheio de caras e bocas e tem a cara de pau de usar cota de malha (colete feito de argolas de aço) no meio da rua. Essa moda dos anos 1980 pelo menos não voltou, acho.

Como disse antes, Matrix não faz mira. Simplesmente atira e os terroristas caem como moscas, chego a pensar que eles se atiram na direção de seus projéteis para não terem de enfrentá-lo no mano a mano. Erro do qual Bennett deve ter se arrependido após ter seu corpo atravessado por um cano na luta final (eu vi essa cena nas tardes da TV aberta). 

Impagável a cena final, quando o antigo comandante de John finalmente chega com reforços (estão invadindo outro país, se pararmos para pensar) e pergunta: deixou algo para nós?
E ele, com a filha nos ombros responde: apenas corpos!

Depois disso, nada mais há para ser dito.




08 - Stallone Cobra, 1986.

Direção: George P. Cosmatos.
Ator principal: Sylvester Stallone.                             
“Com louco eu não negocio, eu mato”.
 “Você é a doença, eu sou a cura”.

Quem nunca repetiu as emblemáticas frases do policial Marion Cobretti (Stallone), ditas no início do filme na emblemática cena do supermercado, não pode se considerar um fã de filmes de ação. 

Stallone em seu auge encarna (mais) um tira durão, encarregado de proteger uma linda modelo - Brigitte Nielsen - que sofre ameaças por parte da gangue “Nova Ordem”. Grupo esse que parece não ter nada melhor para fazer além de se reunirem para ficar batendo machados como pratos de bateria... E matar pessoas.

Cobra é o típico policial/solitário/sem parceiro com a qual ninguém quer trabalhar e, talvez por isso é encarregado de bancar o guarda-costas. Obviamente ele irá se envolver com sua protegida, obviamente Cobra é o único que sabe o que fazer (outros policiais sempre são burros nesses filmes) e obviamente teremos uma luta final sangrenta contra o líder da “Gangue dos Machados”, o cruel Nightslasher - interpretado por Brian Thompson, recordista em papéis de vilões na época.

Típico filme testosterônico da época, a muita violência, frases de efeito, uma mocinha para ser resgatada, ótimas perseguições de carro e... Um herói sempre usando óculos Ray Ban (todo mundo queria um). A cena do início, aonde Cobra chega a sua casa também é muito legal. O apartamento é um lixo, óbvio, e entre a louça suja encontra-se uma de pizza de alguns dias atrás, que o personagem corta... Com uma tesoura (?).

A luta final com Nightslasher é de uma crueldade sem limites, na época aos heróis não bastava vencer o oponente. Tinha de esmurrar, atirar, prender ele num gancho de açougue e empurrá-lo para dentro de uma fornalha e vê-lo queimar (é sério, isso acontece).

Um clássico, que assim como outros, nunca mais passará nas tardes da TV aberta.




09 - Os Aventureiros do Bairro Proibido, 1986.

Diretor: John Carpenter.
Ator principal: Kurt Russell. 
Kurt Russel + a gracinha Kim Cattrall + um clone lutador do Xororó + artes marciais + vilões legais + China Town... Como não amar este filme?

Quarta parceria do diretor John Carpenter e seu ator fetiche Kurt Russell, esse é daqueles filmes que nunca cansávamos de assistir nas tardes da TV aberta.

Jack Burton (Russell) e seu amigo Wang Chi (Dennis Dun, o Xororó) acabam envolvidos numa daquelas batalhas entre o bem e o mal após o vilão David Lo Pan, um imortal feiticeiro, sequestrar a noiva de Wang Chi, Miao Yin. Que calha de ser uma raríssima chinesa de olhos verdes (nunca vi uma), necessária para acabar com uma maldição imposta a Lo Pan pelo Deus do Leste.

No decorrer do filme eles encontram o “feiticeiro do bem” Egg Shen, disposto a acabar com os planos do vilão e seus poderosos asseclas, Os Três Temporais - Raio, Trovão e Chuva -, e a repórter Grace Law (a já citada Kim Cattrall) que se envolve com Jack... Para depois também ser sequestrada por Lo Pan. O próprio vilão comenta: “ohhh, quanta sorte, duas moças de olhos verdes” (se uma é bom, duas...). “Sacrificarei Grace ao Deus do Leste para aplacar sua fúria, e viverei os prazeres terrenos com Miao Yin”. Safado, agora está explicado seu desespero em quebrar a maldição, afinal ele é imortal, mas incorpóreo.

Após uma primeira luta onde libertam vários prisioneiros do vilão, o agora trio de heróis - Jack, Wang e Egg - descobre a localização do esconderijo do feiticeiro, nos esgotos de China Town. Onde terão de enfrentar todos os aliados de Lo Pan, numa desesperada tentativa de finalmente resgatarem as duas reféns.

O destaque vai para os temporais, até por que a luta contra Lo Pan é curtíssima. Eles realmente roubam a cena. Chuva, um exímio espadachim voador. Trovão, o mais forte e leal ao chefe. E Raio, que anos depois inspirou a criação do personagem Raiden, do jogo Mortal Kombat (admitido pela equipe da Midway), uma pena ele ser o que menos aparece. 

Ao final Lo Pan é derrotado. Ele recupera seu corpo físico apenas para ter uma faca, arremessada por Jack, cravada em sua testa (era melhor ter continuado espírito). Egg Shen consegue vencer seu antigo inimigo, e os heróis voltam para casa com suas namoradas de olhos verdes.

Afinal, quem não quer uma não é mesmo?
 




10 - O Predador, 1987.

Direção: John McTiernan.
Ator principal: Arnold Schwarzenegger. 
O filme que mais assisti em minha vida. Devo tê-lo visto umas onze ou doze vezes até hoje. Legendado, dublado, da minha coleção de DVDs, na TV... Não importa. Se eu ouvir a música tema deste filme, me instalo no sofá até seu final.

 Arnold vive o Major Alan “Dutch” Schaefer, líder de uma equipe “Black Ops” (eu disse que isso se repetiria) do exército americano recrutada pela C.I.A. para resgatar um ministro da Guatemala feito prisioneiro por guerrilheiros - e também a primeira equipe enviada, que sumiu sem deixar vestígios. Logo o Major e seus seis homens (alguém aí pensou em Sete Homens e Um Destino?) descobrem que não estão sozinhos na escaldante floresta tropical, e um a um são caçados por um inimigo invisível, chamado de “El Diablo” pelos nativos (vocês sabem, latinos sempre são religiosos/supersticiosos nesses filmes). 

Notável como a história é contada: começa como um filme no estilo Força Delta (clássico de Chuck Norris), para depois se transformar num angustiante jogo de gato e rato na floresta, uma grande parte do começo não possui diálogos - afinal é uma missão em território inimigo -, só se ouvem os sons da floresta, ou seja, ela também é um personagem. E o fato de não mostrarem quem está caçando Dutch e companhia, torna tudo mais interessante. Hoje em dia existe uma pressa irritante em mostrar o antagonista.

Claro que nem todos desconhecem a real natureza da missão (protagonista ingênuo + burocrata traidor) algo comum nos filmes da época, mas nas mãos de John McTiernan se tornou um dos melhores filmes de ação da década e da carreira de Schwarzenegger. Quem nunca ouviu as frases “se ele sangra, podemos mata-lo”, ou “get to the choppa” (me recuso a traduzir, é muito mais engraçado em inglês). Tudo culminando em um final explosivo, invertendo os papéis da caça e do caçador.

Esse filme gerou uma ótima sequencia direta - Predador 2, a Caçada Continua -, com Danny Glover no papel principal, desta vez ambientado em Los Angeles, a “selva urbana”. Também originou os questionáveis Alien vs Predador 1 e 2 e o meia-boca Predadores. Não que sejam de todo ruins mas, além de possuírem personagens pouco carismáticos, sofrem de um mal que também se abateu nos quadrinhos na década de 1990: se o personagem fez sucesso, vamos torna-lo um anti-herói.

Por que TODOS esses três filmes insistem em colocar um Predador que acaba ajudando um humano? Predador legal é aquele que caça, escalpela e pendura pessoas em árvores, postes, prédios e o que seja! Não é necessário que ele seja "bom", o personagem sempre será querido pelos fãs... Menos quando ajuda protagonistas burros a matarem uma rainha Alien, ou escaparem de um planeta distante.



Com isso terminamos a lista dos 10 FILMES DE MACHO. Esperamos que tenham gostado.
É uma pena que filmes assim, que fizeram a alegria das tardes chuvosas de muita gente, agora estejam relegados a um "nicho". Se tornaram filmes direcionados a um público restrito, e muitas vezes com baixíssimo orçamento.
Mas entendo, os tempos são outros. As pessoas agora querem heróis sensíveis (?), com sentimentos (??) e que brilhem a luz do sol (???). Mas, esta é uma outra história...
A indústria é cíclica, e o sucesso de filmes como Os Mercenários, Carga Explosiva e o novo Mad Max mostra que ainda há espaço para filmes do gênero.

*Alguns filmes que ficaram de fora (por pouco): Alien 2, O Grande Dragão Branco, Massacre no Bairro Japonês, O Vingador do Futuro, O Sobrevivente, Tango e Cash... Ótimos filmes, mas que por um motivo ou outro ficaram atrás destes da lista.




 


 

 
 

1 comentário:

  1. Seria interessante ter colocado para download cada filme legendado após a descrição.

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