Os jogos de luta foram uma febre durante os anos 90. E embora
esta febre esteja voltando, eles nunca mais foram tão implacáveis como em seu
auge. Então, encoste-se na sua cadeira e relembre conosco alguns dos mais
detestáveis inimigos daqueles tempos. Mas antes, algumas considerações:
- Esta é uma lista pessoal. Você não precisa concordar com
todos os nomes.
- Esta lista possui apenas jogos da década de 1990.
- Se aquele seu personagem favorito não está aqui, não
significa que ele não é difícil. Apenas que ele perdeu o lugar para outros mais
difíceis (também tive de cortar alguns).
- Apenas uma versão de cada personagem foi escolhida.
Dito isso, vamos à lista:
10 - Vega /
M. Bison.
Street
Fighter Zero 3 (Capcom, 1998):
Ok, o Bison original já era um osso duro de roer no Street
Fighter 2. Mas sua versão mais jovem, munida de uma barra de super combo que
enche sozinha e um Psycho Crusher que varre a tela inteira, tirando muita
energia mesmo na defesa, é algo injusto para com os jogadores. E ele tem a
péssima mania de fazer este golpe quando pulamos ou aplicamos uma rasteira. Só
não ficou melhor qualificado por que se você jogar com isso em mente, fica
relativamente fácil vencê-lo... Ou não. Como dito antes, ele não é muito justo.
09 -
Justice.
Gulty Gear
(Arc System Works, 1998):
Esta série cult já teve inúmeras versões e inúmeros chefes. Mas nenhum bate o original de (para PS1). Justice fica sempre na ofensiva, encaixando combos - as vezes terminando com seu especial -, e se você bobear ele lhe aplica um Destroyer. Lembrando que neste primeiro jogo este golpe encerra a luta, não apenas vence o round como nas versões atuais.
08 -
Zankuro.
Samurai
Spirits / Shodown 3 (SNK, 1995):
Samurai Shodown 2 era um jogo razoavelmente fácil, daqueles
em que você podia brincar de vez em quando. Então quando o arcade do terceiro
jogo apareceu na minha cidade, fui logo colocar uma ficha para “brincar” um
pouco e... Morri no primeiro personagem. Não que o jogo seja difícil, mas a CPU
quase nunca aceita magias ou golpes. Este é um jogo de puro contra-ataque. E o
chefe final, Zankuro, não é diferente. Quase não aceita golpes, dá contragolpes
a “rodo” e, depois de vencê-lo ainda tem mais um round. E se deixar o tempo acabar
a vitória é dele, não importando se você tem mais energia.
07 - Mr.
Karate.
Ryuuko no Ken / Art of Fighting (SNK, 1992):
Alguns podem dizer que o chefe do primeiro jogo desta
saudosa série da SNK é apenas o Ryo melhorado, não estão de todo errados. Mas o
Mr. Karate original (na verdade, Takuma Sakazaki) tinha qualidades - e formas
de te espancar -, suficientemente diferentes para ser um personagem memorável.
Magia extremamente mais rápida (e mais forte), golpes que deixavam seu
personagem tonto rápido (as vezes tonto depois de já estar tonto), carregamento
de KI muito rápido e uma barra de energia maior do que a sua. Precisa mais?
06 - Gouki / Akuma.
Super
Street Fighter 2 Turbo (Capcom, 1994):
A primeira vez em que aquele personagem apareceu e detonou o
Vega / Bison para em seguida lhe desafiar, ninguém esquece. E esta primeira
surra também não. Akuma foi sendo deixado mais fraco em suas versões
posteriores (ou entupido de golpes especiais), mas nada supera sua primeira
participação na franquia-mor da Capcom. Que de tão rápida, apelona e forte, nem
precisava de super combo. Akuma estava acima de nós, simples mortais.
05 - Rugal Bernstein.
The King of Fighters’ 94 (SNK, 1994):
KOF nunca foi um jogo difícil, mesmo em sua primeira edição. Época em que os jogos de luta ainda tinham alguns “vícios” da década anterior.
Mas Rugal é insuportável! Sua primeira forma é ridícula de tão fácil, mas
depois que ele tira o paletó sua ficha está com os segundos contados. E tome
Repukens, Kaiser Waves e outros golpes copiados de outros chefes na sua cara.
Nem pense em pular, seu Genocide Cutter (antiaéreo) acerta muitas vezes, tira
um assombro de energia, e nos níveis mais altos de dificuldade é capaz de quase
te matar na hora. E assim como Akuma, ele não possui um especial. E nem
precisava!
04 - Geese
Howard.
Garou
Densetsu / Fatal Fury (SNK, 1992):
Eu poderia ter escolhido a versão mais jovem do mais icônico
chefe da SNK, chefe secreto de Art of Fighting 2, mas o Geese original é tão
desleal quanto. Como se não bastasse ter um chute que avança na tela, uma magia
mais rápida que a sua (e que vai até o final da tela) e ser mais forte do que
todos os outros lutadores, ele possui o antiaéreo definitivo: Ateminage.
Mas isso é apenas uma forma de falar, esse golpe tira tudo:
golpes na linha do personagem? Tira! Voadoras? Tira!! Rasteiras? Tira!!! Até
mesmo se você apenas pular (sem apertar nenhum botão de soco ou chute), ele te
pega!!!! O que é um absurdo, pois não há um ataque para ser conta golpeado. E
você acha que Geese se importa com isso? Cair de um prédio é punição pouca para
ele!
03 - Shao Kahn.
Mortal
Kombat 3 (Midway, 1995):
No ainda recente Mortal Kombat 9 (2011) Shao Kahn é chato de
vencer, mas não impossível. Neste - e em sua atualização, Ultimate M.K. - ele
quase é. Piscou, morreu. Magias fortíssimas, ombradas na horizontal e diagonal,
marretadas na cabeça e ele quase sempre ganha na voadora. Desleal no mínimo. E
ao contrário de sua contraparte mais nova, magias como as de Sub-Zero e
Scorpion NÃO causam efeito sobre ele, no máximo tiram um pouco de energia. Sabe
o código para 99 continues deste jogo? Use, você vai precisar!
02 -
Magneto.
X-Men:
Children of the Atom (Capcom, 1994):
Esqueça o Magneto dos crossovers, este sim é o definitivo! Em seu cenário no asteroide M, ele ri da nossa cara antes da luta. E com razão! Personagem extremamente defensivo, contragolpeador e dono de um especial que varre toda a tela (horizontal e verticalmente), ele ainda possui mais uma vantagem: seu campo de força, que aqui dura mais de TRINTA segundos. E ele tem a péssima mania de fazê-lo nos segundos finais da luta, e se Magneto terminar um round com o golpe ativado, continua no próximo... Por mais tempo!
01 - Eternal Champion.
Eternal Champions (Sega, 1993):
Alguns podem se perguntar o que um jogo de Mega Drive faz nesta lista. Mas para quem não conhece, eu sugiro que largue agora o que esteja fazendo e corra para o emulador mais próximo (caso não tenha o original) e tire suas conclusões. Este jogo possui duas coisas que o tornam naturalmente um tormento: dificuldade excessiva (não ajustável) e jogabilidade meia-boca.
E após tudo isso, você ainda tem de encarar o “Eternal
Champion” (o cara tem o nome do jogo), um cosplay de Geese Howard muito mais
implacável do que o original. Você tem apenas um round, sem tempo... e tem de
vencê-lo CINCO vezes! A cada vez derrotado, o chefe vira uma esfera de energia,
entra em um dos vitrais de seu cenário e absorve as características do animal
retratado nele (tubarão, águia, tigre e dragão), modificando todos seus golpes
e obrigando o jogador a criar uma nova estratégia para vencer. Entre as
vitórias, a energia do pobre coitado que o desafiar se recupera um pouco (bem
pouco). Nem vou mencionar a versão de Sega CD (última foto), em que depois dele
ainda existe o “Dark Eternal Champion”... Com SEIS transformações!
E é por isso que o Eternal Champion, na minha opinião, é o chefe mais difícil entre os jogos de luta.
*Alguns personagens que quase entraram na lista: Goenitz (KOF 96, no nível 5 em diante), King Lion (Savage Reign), Vega / Bison (Street Fighter 2) e outros tantos. Quem sabe em uma próxima lista.
Juliano Bittencourt
Sem comentários:
Enviar um comentário