quinta-feira, 3 de setembro de 2015

JOHN OSTRANDER, QUATRO HISTÓRIAS MARCANTES.




John Ostrander.


Talvez você lembre este nome, ou tenha visto alguma de suas poucas entrevistas. Mas uma coisa é certa: você já leu alguma história escrita por este norte-americano de Chicago, ainda mais se for um fã da DC Comics.
Então sem mais delongas, vamos a uma seleção de quatro grandes fases / histórias sob sua batuta:






 01 - NUCLEAR / FURY OF FIRESTORM, edições #55 a #100 (Janeiro de 1987 a Agosto de 1990).

 
Já falei um pouco sobre essa fase na resenha de Super Powers #12, que trouxe mudanças para o status quo do herói atômico. Assumindo após a saída de Gerry Conway, criador do personagem, e algumas poucas edições escritas por Paul Kupperberg, Ostrander começou a tornar o “Tempestade” (desculpem, força do hábito) mais relevante no cenário mundial, tendo a tensão entre as duas superpotências (E.U.A. e U.R.S.S.) como pano de fundo. Afastando de vez o Nuclear da abordagem “jovem descolado” usada até o momento, transformando-o por fim no Elemental do Fogo do planeta (assim como o Monstro do Pântano é o das plantas).


Mas quanto a esse final, me absterei de falar muito, visto que não saiu totalmente no Brasil e as edições originais são um pouco difíceis de encontrar. 
 Essa fase teve histórias publicadas no Brasil no mix das revistas Liga da Justiça, Novos Titãs e Superalmanaque DC (Ed. Abril).



02 - ESQUADRÃO SUICIDA / SUICIDE SQUAD,edições #01 a #66 (Maio de 1987 a Junho de 1992).


Surgindo na sequência da minissérie Lendas (também escrita por Ostrander), o título dos vilões de segunda categoria da DC - obrigados a trabalharem para o governo em troca da redução de suas penas - foi uma grata surpresa durante o final da década de 1980 ao misturar ação, espionagem, Guerra Fria e o contexto político da “Era Reagan” (presidente americano de 1981 a 1989).

 Apostando no carisma de personagens como Capitão Bumerangue, Pistoleiro, Tigre de Bronze e, sobretudo na diretora Badass Amanda Waller, esse título chamou atenção suficiente para ser publicado no Brasil no mix da revista Liga da Justiça (Ed. Abril) na fase Giffen / DeMatteis / Maguire (ainda que incompleto), e até hoje faz sombra as novas encarnações da equipe.






















03 - GAVIÃO NEGRO / HAWKWORLD, edições #01 a #32 (Junho de 1990 a Março de 1993).


Outra série mensal surgida na sequência de uma minissérie, no caso a incrível história escrita e desenhada por Timothy Truman (também chamada Hawkworld) em 1989, que atualizou Katar Hol no mundo pós-Crise nas Infinitas Terras.
Ao final da mini Original, o vilão Byth foge para o planeta Terra (sim, mais um) e no título mensal, ao menos no início, vemos Katar e Shayera virem ao nosso planeta como embaixadores de Thanagar, mas com o intuito de capturar o criminoso. 



Na interação dos personagens com os costumes terráqueos reside boa parte do charme das histórias. Sobretudo a Mulher Gavião, que acha estranho a polícia não poder matar suspeitos sem provas ou julgamento. É sobretudo um título calcado na ficção científica, com uma abordagem madura do personagem e mais atenta aos anos 1990. Infelizmente logo começaram as confusões editoriais da DC e o título foi descontinuado após apenas 32 edições, publicadas - apenas metade da série - na revista DC 2000 (ED. Abril).























04 - ESPECTRO / THE SPECTRE, edição #0 a #62 (Outubro de 1994 a Fevereiro de 1998).


A terceira série da revista do Espírito da Vingança e Fúria Divinas é uma das grandes obras da década de 1990.
Auxiliado pelos incríveis desenhos de Tom Mandrake, o roteirista começou a desvendar os porquês do Espectro ser o que é, com uma mistura de terror e super-heróis que  poucas vezes costuma ser bem feita. Pode-se dizer que esta revista é o elo perdido entre a sofisticação literária do Sandman de Neil Gaiman e o arroz com
feijão das dos títulos de Batman e cia.



E o roteirista aproveita para tocar em alguns assuntos, infelizmente, pertinentes até hoje como A.I.D.S., violência urbana, preconceito... Com uma sensibilidade tocante e até um tanto inesperada em um personagem mainstream, e pasmem, quase sem a participação de heróis da DC. A maior parte dos coadjuvantes são pessoas normais, pegas no meio do fogo cruzado



Esse título poderia ter saído com o selo VERTIGO na época, talvez a DC tenha ficado com receio de assumir se tratar de um a revista adulta, e preferiu mantê-lo em seu universo regular. Ainda que seja claramente indicado para leitores adultos.
Infelizmente, apenas UMA edição foi lançada no Brasil, pela finada editora Magnun Force.




Por serem histórias de 20, 30 anos atrás, parece que o autor está aposentado... Não, ele ainda produz quadrinhos, talvez não a mesma quantidade da década de 1980, mas ainda com o mesmo amor e dedicação de antes. Afinal, John Ostrander nunca foi um roteirista daqueles que você imediatamente associa a uma obra como Watchmen, mas - assim como alguns outros roteiristas -, sempre escreveu ótimas histórias... e com certeza algum você possui algum clássico dele em sua estante. 

Você pode ser fã dele, e nem ter se tocado.







Sem comentários:

Enviar um comentário