segunda-feira, 6 de julho de 2015

Dicas de Leitura: MANHUNTER VOL. 2, TRIAL BY FIRE.

DC comics, 2007.

Encadernado Americano (TPB) contendo as edições de Manhunter Vol. 3, edições 06 a 14 (2006 / 2007).

Marc Andreyko (roteiro), Javier Pina e Jesus Saiz (desenhos).

O porquê desta elogiada série mensal da DC não ter sido publicada no Brasil ainda é uma incógnita para mim. Afinal esse foi um dos títulos mais elogiados da editora durante este início de século, e este segundo encadernado faz jus ao nome que ostenta e ao legado do personagem.

No primeiro encadernado da série, Street Justice (edições 01 a 05), a promotora criminal Kate Spencer cansada de ver os vilões serem absolvidos de seus crimes ou fugirem matando inocentes, resolve roubar equipamentos tecnológicos que estão armazenados como provas em um tribunal. Adotando em seguida o nome de Manhunter, ela resolve levar seu estilo de justiça às ruas, honrando o legado dos sete heróis que usaram esse nome anteriormente.

Voltando ao volume em questão, a primeira história, Trial by Fire - edições 06 a 10 -, trata do julgamento do vilão Ladrão das Sombras (Shadow Thief), preso pela morte do herói Nuclear (Firestorm) ocorrida durante a saga Crise de Identidade - publicada em 2005 -, que fez muito sucesso inclusive no Brasil. Sendo um desdobramento importante de uma saga com grande apelo popular, torna-se ainda mais estranho o fato dessa série não ter sido lançada por aqui.

Quase toda a ação se desenrola no ambiente do tribunal (sim existe ação!), pois alguns dos ex-colegas do Ladrão das Sombras não estão nem um pouco felizes com o fato dele poder dar com a língua nos dentes. Ou seja, além do fardo de um julgamento como esse, que poderá alavancar de vez sua carreira, a heroína terá de proteger o réu de seus antigos companheiros.

Mas a melhor parte dessa história é mesmo o julgamento. Vendo que seu cliente já está condenado pela opinião pública, o advogado de defesa parte para a estratégia de desacreditar as testemunhas, sendo que algumas delas são Superman, Gavião Negro (Hawkman), Mulher Maravilha... O argumento que o advogado usa para tirar a credibilidade do Gavião Negro perante o júri, por exemplo, é brilhante de tão simples, e o murro na mesa desferido pelo personagem, compreensível.

Interessante também o desenvolvimento da personagem principal ao longo da história. Kate é definitivamente uma mulher do século XXI, com seus eternos dilemas: vida profissional x mãe divorciada tentando criar o filho de cinco anos, sua ocupação de vigilante e, segundo ela, largar os malditos cigarros.

A segunda parte, a história Masks upon Masks - edições 11 a 14 -, merecia um lugar no Hall da fama das releituras de personagens de quadrinhos, algo raro nos dias de hoje. A exemplo de seu colega Geof Johns (que consertou a confusa cronologia do Gavião Negro), o roteirista Marc Andreyko conseguiu a façanha de colocar ordem na extensa cronologia dos Manhunters, ligando pontos entre todos eles, atribuindo-lhes até mesmo uma origem em comum.

Velhos fãs irão dar um sorriso com as aparições dos antigos personagens Dan Richards, Mark Shaw, Chase Lawler e Kirk DePaul, em uma teia de conspirações em que nem todos os ex-Manhunters chegarão vivos ao final.

A Panini publicou uma versão incompleta do Vol. 4 de Manhunter - Unleashed -, com o título de: O Julgamento da Mulher Maravilha. Em que a Manhunter ganhou o nome de "Justiceira", possivelmente por já existir uma personagem com o nome de Caçadora (Huntress) no Brasil, e ele só foi publicado aqui por ser uma história ligada a saga Crise Infinita (2005).


Juliano Bittencourt

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