Ed. Abril, 1989.
Roteiro: John Ostrander.
Desenhos: Joe Brozowski, Ross Andru.
Publicação original: Firestorm, The Nuclear Man #64, #65 e Firestorm, The Nuclear Man Annual #05 (DC Comics,1987).
Não se pode dar um Ultimato as potências mundiais sem esperar retaliação.
Sequência direta dos acontecimentos mostrados em Liga da Justiça #02 (ed. Abril), esta é com certeza, uma história fruto de seu tempo.
Desde que assumiu o título do herói atômico na edição #055, o roteirista John Ostrander se propôs a ir além da concepção divertida vinda da dualidade de Nuclear - composto pelo estudante Ronnie Raymond e o Prof. Martin Stein -, mas os leitores não estavam preparados para descobrirem que Stein, a metade passiva do personagem, não só havia desenvolvido um câncer devido ao acidente que os uniu, como também dispunha de apenas alguns meses de vida.
Apesar da iminente sentença de morte (personagens ainda não voltavam à vida toda semana) é neste ponto que o relacionamento dos personagens finalmente evolui para além do usual “vamos combater alguns vilões novamente”, para algo como “puxa, eu nem ao menos sei qual tipo de música ele gosta, ou se tem parentes...”. Estabelecendo uma nova, e mais humana dinâmica ao personagem.
Bom, o que você faz quando sabe que irá morrer? Faz valer a pena os últimos momentos. Na história publicada em Liga #01, após uma conversa, Ronnie e Stein resolvem acabar com todo arsenal de armas atômicas mundiais. Percebendo que não conseguirão terminar a tarefa antes que o Prof. morra, invadem uma reunião da ONU com um discurso inflamado e uma ameaça ao final:
- Desarmem seus arsenais nucleares, ou eu o farei!
Certamente as potências da época, Estados Unidos e União Soviética (lembrem, estamos em 1987), em plena Guerra Fria e com a nuvem de um conflito nuclear novamente pairando sobre o mundo - também abordado em Watchmen, do mesmo ano -, não cederiam aos apelos do herói e cada uma a sua maneira, tentariam atrapalhar ou matar o “Tempestade” (como Nuclear era chamado na dublagem brasileira do desenho Superamigos).
Conflitos com o Capitão Átomo, Esquadrão Suicida (também escrito por Ostrander) e o russo Pozhar, personagem apresentado meses antes e que desempenharia um importante papel no futuro, formam a parte de ação super heróica necessária, com resultados explosivos no futuro do personagem. Basta dizer que o Nuclear nunca mais seria o mesmo depois desta edição (pelo menos até os reboots). Em minha opinião, foi a partir desta segunda transformação que o personagem começou a ser algo mais do que um “Homem-Aranha voador”, como chamavam alguns.
Na arte, Joe Brozowski cria closes e visuais interessantes, não modificando, mas ampliando características peculiares de cada personagem. Vale mencionar a participação do veterano Ross Andru nos desenhos da última parte (ed. #65), interessante também notarmos o direcionamento de esquerda do roteirista, que não se poupa em mostrar ambos os governos como máquinas armamentistas nem um pouco interessadas no que de fato é importante para o mundo.
Quem nunca leu, corra atrás em algum sebo! Ainda mais se você não viveu naquela época e não sabe o que era olhar para os céus a espera de algum míssil que começaria o fim do mundo.
Juliano Bittencourt
Roteiro: John Ostrander.
Desenhos: Joe Brozowski, Ross Andru.
Publicação original: Firestorm, The Nuclear Man #64, #65 e Firestorm, The Nuclear Man Annual #05 (DC Comics,1987).
Não se pode dar um Ultimato as potências mundiais sem esperar retaliação.
Sequência direta dos acontecimentos mostrados em Liga da Justiça #02 (ed. Abril), esta é com certeza, uma história fruto de seu tempo.
Desde que assumiu o título do herói atômico na edição #055, o roteirista John Ostrander se propôs a ir além da concepção divertida vinda da dualidade de Nuclear - composto pelo estudante Ronnie Raymond e o Prof. Martin Stein -, mas os leitores não estavam preparados para descobrirem que Stein, a metade passiva do personagem, não só havia desenvolvido um câncer devido ao acidente que os uniu, como também dispunha de apenas alguns meses de vida.
Apesar da iminente sentença de morte (personagens ainda não voltavam à vida toda semana) é neste ponto que o relacionamento dos personagens finalmente evolui para além do usual “vamos combater alguns vilões novamente”, para algo como “puxa, eu nem ao menos sei qual tipo de música ele gosta, ou se tem parentes...”. Estabelecendo uma nova, e mais humana dinâmica ao personagem.
Bom, o que você faz quando sabe que irá morrer? Faz valer a pena os últimos momentos. Na história publicada em Liga #01, após uma conversa, Ronnie e Stein resolvem acabar com todo arsenal de armas atômicas mundiais. Percebendo que não conseguirão terminar a tarefa antes que o Prof. morra, invadem uma reunião da ONU com um discurso inflamado e uma ameaça ao final:
- Desarmem seus arsenais nucleares, ou eu o farei!
Certamente as potências da época, Estados Unidos e União Soviética (lembrem, estamos em 1987), em plena Guerra Fria e com a nuvem de um conflito nuclear novamente pairando sobre o mundo - também abordado em Watchmen, do mesmo ano -, não cederiam aos apelos do herói e cada uma a sua maneira, tentariam atrapalhar ou matar o “Tempestade” (como Nuclear era chamado na dublagem brasileira do desenho Superamigos).
Conflitos com o Capitão Átomo, Esquadrão Suicida (também escrito por Ostrander) e o russo Pozhar, personagem apresentado meses antes e que desempenharia um importante papel no futuro, formam a parte de ação super heróica necessária, com resultados explosivos no futuro do personagem. Basta dizer que o Nuclear nunca mais seria o mesmo depois desta edição (pelo menos até os reboots). Em minha opinião, foi a partir desta segunda transformação que o personagem começou a ser algo mais do que um “Homem-Aranha voador”, como chamavam alguns.
Na arte, Joe Brozowski cria closes e visuais interessantes, não modificando, mas ampliando características peculiares de cada personagem. Vale mencionar a participação do veterano Ross Andru nos desenhos da última parte (ed. #65), interessante também notarmos o direcionamento de esquerda do roteirista, que não se poupa em mostrar ambos os governos como máquinas armamentistas nem um pouco interessadas no que de fato é importante para o mundo.
Quem nunca leu, corra atrás em algum sebo! Ainda mais se você não viveu naquela época e não sabe o que era olhar para os céus a espera de algum míssil que começaria o fim do mundo.
Juliano Bittencourt
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