DC Comics, 1988.
Roteiro: John Ostrander e Kin Yale.
Roteiro: John Ostrander e Kin Yale.
Desenhos: Doug Rice.
Arte final: Sam Keith.
“Há um poder oculto em uma máscara... Coloque uma e você se torna outra pessoa”.
Essa frase se aplica muito bem a Mark Shaw o Caçador (Manhunter no original). Afinal o personagem havia usado muitas em sua vida. A de servo dos Caçadores Cósmicos, do vilão Czar Estelar e do herói Mosqueteiro (estes dois alternadamente) antes de ser desmascarado pela Liga da Justiça e enviado a prisão Belle Reve.
Sendo a prisão o lar do Esquadrão Suicida - série também escrita por Ostrander -, era questão de tempo até Amanda Waller fazer uso dos “serviços” de Shaw em troca do perdão de sua pena, já que seus antigos mestres, os Caçadores Cósmicos, na época eram os vilões por trás do grande evento da editora em 1988, o crossover Milleniun.
Após esses eventos, empregando seu conhecimento e habilidades (e tecnologia roubada), resolve se tornar novamente um caçador... Só que de recompensas.
Sua fama de sempre encontrar sua presa, afinal "ninguém escapa dos Caçadores", acaba por atrair a atenção de Olívia Vancroft, rica e reclusa socialite dona de uma gigantesca coleção de máscaras, que contrata o mercenário Stephen Forrest Lee, codinome Dumas, para matar Shaw e acrescentar mais uma máscara a sua parede.
Dumas é o perfeito oposto do herói, exímio lutador e assassino com um senso próprio de honra, sempre cumpre seus contratos não importa o quão difícil seja, mas sem escrúpulos em matar quem for preciso. Dois personagens tão obstinados em rota de colisão faz parecer um confronto de antigos samurais, e após um primeiro embate, Shaw derrotado e temendo por sua família resolve entregar a máscara a Olívia para que interceda junto a Dumas e o faça desistir do contrato.
Começam aqui as reviravoltas no roteiro, com revelações surpreendentes (e ousadas na época) sobre Dumas e sua contratante, que levarão a um segundo e inevitável confronto no qual o Caçador, menos habilidoso, derrota seu oponente de uma forma inteligente e de certo modo, simples. E tal os antigos guerreiros japoneses, o vencedor não deixa de honrar o inimigo derrotado. Terminando assim o primeiro arco de uma das grandes apostas da DC Comics no final da década de 1980.
Na época a editora passava por uma reestruturação pós-Crise nas Infinitas Terras, e estampava nas capas de suas revistas a frase "As Revistas da DC Não São Somente Para Crianças", mostrando que a casa de Batman e Superman estava apostando alto e lançando revistas ousadas, para fazer frente a Marvel seus anti-heróis que já faziam bastante sucesso.
Impossível não mencionar também os desenhos de Doug Rice e seus design dos uniformes e máscaras, tanto Caçador quanto Dumas possuem vários elementos da cultura japonesa: os uniformes de ambos parecem antigas roupas de samurais, Shaw possui no peito algo semelhante a um Torii (portão Xintoísta), sem falar das cores que fazem referência a Paul Kirk, o Caçador da década de 1940 e Dumas lembra um ator do Kabuki (teatro japonês do início do séc. XVII).
Algumas sequências também chamam atenção, como quando Shaw observa Olívia do lado de fora da mansão e a sequência de perseguição a Dumas, que faz o leitor se sentir perdido em um labirinto, igual ao personagem. Remetendo ao trabalho de Jim Steranko na década de 1960.
Uma história de ação urbana simples e direta como alguns filmes da época e que cairia como uma luva em um piloto de série do personagem, caso fosse feito.
Vale lembrar que as 24 edições de Manhunter vol. 1 NUNCA foram relançadas, nem nos E.U.A., restando um garimpo em sebos, seja atrás das originais ou das edições de Os Novos Titãs (onde o personagem foi publicado no Brasil a partir da ed. #46). Sendo que a editora Abril publicou somente até a #17, nos deixando sem o final, inclusive com a volta de Dumas.
O que... Você achava que ele havia morrido?
Juliano Bittencourt
Arte final: Sam Keith.
“Há um poder oculto em uma máscara... Coloque uma e você se torna outra pessoa”.
Essa frase se aplica muito bem a Mark Shaw o Caçador (Manhunter no original). Afinal o personagem havia usado muitas em sua vida. A de servo dos Caçadores Cósmicos, do vilão Czar Estelar e do herói Mosqueteiro (estes dois alternadamente) antes de ser desmascarado pela Liga da Justiça e enviado a prisão Belle Reve.
Sendo a prisão o lar do Esquadrão Suicida - série também escrita por Ostrander -, era questão de tempo até Amanda Waller fazer uso dos “serviços” de Shaw em troca do perdão de sua pena, já que seus antigos mestres, os Caçadores Cósmicos, na época eram os vilões por trás do grande evento da editora em 1988, o crossover Milleniun.
Após esses eventos, empregando seu conhecimento e habilidades (e tecnologia roubada), resolve se tornar novamente um caçador... Só que de recompensas.
Sua fama de sempre encontrar sua presa, afinal "ninguém escapa dos Caçadores", acaba por atrair a atenção de Olívia Vancroft, rica e reclusa socialite dona de uma gigantesca coleção de máscaras, que contrata o mercenário Stephen Forrest Lee, codinome Dumas, para matar Shaw e acrescentar mais uma máscara a sua parede.
Dumas é o perfeito oposto do herói, exímio lutador e assassino com um senso próprio de honra, sempre cumpre seus contratos não importa o quão difícil seja, mas sem escrúpulos em matar quem for preciso. Dois personagens tão obstinados em rota de colisão faz parecer um confronto de antigos samurais, e após um primeiro embate, Shaw derrotado e temendo por sua família resolve entregar a máscara a Olívia para que interceda junto a Dumas e o faça desistir do contrato.
Começam aqui as reviravoltas no roteiro, com revelações surpreendentes (e ousadas na época) sobre Dumas e sua contratante, que levarão a um segundo e inevitável confronto no qual o Caçador, menos habilidoso, derrota seu oponente de uma forma inteligente e de certo modo, simples. E tal os antigos guerreiros japoneses, o vencedor não deixa de honrar o inimigo derrotado. Terminando assim o primeiro arco de uma das grandes apostas da DC Comics no final da década de 1980.
Na época a editora passava por uma reestruturação pós-Crise nas Infinitas Terras, e estampava nas capas de suas revistas a frase "As Revistas da DC Não São Somente Para Crianças", mostrando que a casa de Batman e Superman estava apostando alto e lançando revistas ousadas, para fazer frente a Marvel seus anti-heróis que já faziam bastante sucesso.
Impossível não mencionar também os desenhos de Doug Rice e seus design dos uniformes e máscaras, tanto Caçador quanto Dumas possuem vários elementos da cultura japonesa: os uniformes de ambos parecem antigas roupas de samurais, Shaw possui no peito algo semelhante a um Torii (portão Xintoísta), sem falar das cores que fazem referência a Paul Kirk, o Caçador da década de 1940 e Dumas lembra um ator do Kabuki (teatro japonês do início do séc. XVII).
Algumas sequências também chamam atenção, como quando Shaw observa Olívia do lado de fora da mansão e a sequência de perseguição a Dumas, que faz o leitor se sentir perdido em um labirinto, igual ao personagem. Remetendo ao trabalho de Jim Steranko na década de 1960.
Uma história de ação urbana simples e direta como alguns filmes da época e que cairia como uma luva em um piloto de série do personagem, caso fosse feito.
Vale lembrar que as 24 edições de Manhunter vol. 1 NUNCA foram relançadas, nem nos E.U.A., restando um garimpo em sebos, seja atrás das originais ou das edições de Os Novos Titãs (onde o personagem foi publicado no Brasil a partir da ed. #46). Sendo que a editora Abril publicou somente até a #17, nos deixando sem o final, inclusive com a volta de Dumas.
O que... Você achava que ele havia morrido?
Juliano Bittencourt
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