segunda-feira, 6 de julho de 2015

Dicas de Leitura: MOON KNIGHT, THE BOTTOM.

Marvel Comics 2006.

Encadernado Americano (TPB), contendo as edições 01 a 06 da revista Moon Knight (Cavaleiro da Lua) Vol. 3.

"Melhor do que ver os heróis vencendo, é vê-los no fundo do poço, para ressurgirem triunfantes no final”!

Com essa premissa em mãos, o romancista policial Charlie Huston deu início a mais uma tentativa da editora em emplacar um título de sua (como chamada por alguns), cópia do Batman.

E já começou com o pé direito! Exatamente no ponto em que havia terminado seu título regular, com foco na recuperação do Cavaleiro da Lua e das sequelas do derradeiro e brutal confronto com seu inimigo, Saul Bushman, que antes de ser morto e ter o rosto esfolado, o feriu seriamente. Ou seja: Huston ignorou todas as participações do Cavaleiro da Lua em outros títulos da editora desde o final de sua série regular, "Marc Spector: Moon Knight" (a mais longeva do personagem, com 60 edições entre 1989 e 1994).

Mostrando um personagem mais perturbado do que sua contraparte na editora rival (DC Comics), o escritor vai a fundo na psicopatia do herói e de suas duas outras personalidades, o milionário Steven Grant e o taxista Jake Lockley, pois alguém que já foi um mercenário deixado para morrer no deserto egípcio, e ressuscitado por um deus da vingança sedento por sangue, deve ter sua cota de problemas e neuroses. Aliás, a presença constante de Khonshu, o Deus da Vingança (será que tudo não passa de imaginação), rende alguns momentos hilários, como quando ele fica exigindo que Spector mate o Capitão América, que está em frente dele, por não aguentar o discurso patriótico do bandeiroso herói, mas nunca deixando de mostrar sua face vingativa e perversa quando provocado, mesmo que contra o próprio Spector.

Esse primeiro volume não tem muita ação, deixando mais para as duas últimas histórias que completam a seleção do encadernado, sempre auxiliados pelos ótimos desenhos de David Finch - que caíram como uma luva no personagem -, juntamente com os grandes diálogos de Charles Huston.
É uma história sobre superação, de alguém que se afastou dos amigos, chegou ao fundo do poço, e precisou de uma mão para voltar.

Ao término da história, os leitores vão perceber que na verdade não importa o quanto você bate, mas sim o quanto você consegue aguentar.
Simples e definitivo, como um bom personagem de romance policial deve ser.

Em tempo, no Brasil essa história foi publicada nas edições 01 a 06 da revista Marvel Action (2007).


Juliano Bittencourt

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