segunda-feira, 6 de julho de 2015

Dicas de Leitura: MASTER OF KUNG FU #38 e #39.

Doug Moench (roteiro) e Paul Gulacy (desenhos), Marvel Comics, 1976.

“Um beco na escuridão”
“Onde muitos atacarão um”
“Muito em breve”


Década de 1970. Febre dos filmes de Artes Marciais.
A Marvel, sempre de olho no mercado, aposta suas fichas em um personagem aos moldes de Bruce Lee e Kwai Chang Caine (David Carradine). Estava criado Shang Chi, O Mestre do Kung Fu.

Rapidamente: após 22 edições, por seus criadores - Steve Englehart e Jim Starlin - em que conhecemos o passado do personagem, o ódio por seu pai - Fu Manchu -, sua entrada para o MI-6 (influência dos filmes de James Bond), inicia a fase mais lembrada (e elogiada) por leitores até hoje, a do roteirista Doug Moench e do desenhista Paul Gulacy.

Injetando gás no título, a dupla foi responsável por grandes momentos. Um dos mais marcantes é a missão que leva Shang Chi ao submundo de Hong Kong, onde se depara com um dos seus maiores adversários: Shen Kuei, o homem conhecido como O Gato.

Após um primeiro confronto, o que deveria ser apenas uma missão de resgate de documentos de uma agente infiltrada, ganha novos ares. Juliette (a agente), após ser levada da boate Pavão de Jade por Shang Chi, revela a real natureza de sua missão e não quer ser resgatada por ser amante de Shen, que agora irá matá-la.

Será que o amor de uma mulher pode aplacar a fúria de um homem que se sente traído? Um homem que não medirá esforços na recuperação de sua honra? Um lutador tão habilidoso e honrado quanto Shang Chi, mas que não hesitará em matá-lo, mesmo custando o amor de sua vida?
Uma história com todos os ingredientes de um bom filme de ação, produzida em uma época mais ousada da Marvel. Vale ressaltar também a dinâmica arte de Paul Gulacy, em especial a sequência de abertura, onde Shang salva um gato de rua, que o acompanha durante toda a história e a luta final contra Shen. E ao desenhar os personagens com feições de atores famosos da época, como Sean Connery, David Niven, Marlene Dietrich e claro, Bruce Lee, trouxe um ar cinematográfico a trama.

A parceria dos autores durou até a edição #64, a última desenhada por Gulacy - sucedido por Jim Craig e depois Mike Zeck (Moench ficou até a #118) - encerrando uma das maiores trajetórias de um personagem, durante os fervilhantes e originais dias da Marvel na década de 1970. Histórias que, infelizmente, não podem ser republicadas, pelo fato de alguns personagens coadjuvantes não serem de propriedade da Marvel, que não renovou seus direitos de uso.

No Brasil, essa história foi publicada três vezes: em Mestre do Kung Fu #15 (ed. Bloch, 1976), Heróis da TV #25 e Marvel Especial #04 (ed. Abril, 1981 e 1987, respectivamente).


Juliano Bittencourt

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